ENTREVISTA REALIZADA POR JOÃO LEANDRO PEREIRA CHAVES COM O SUBSECRETÁRIO DE GESTÃO
ESTRATÉGICA DE VITÓRIA/ES, EM 2013.
Subsecretário (S) - Olá, vamos lá João?
Entrevistador (E) - vamos.
S - Vamos lá na mesa da minha sala, bom
que a gente fica mais a vontade. Tem uma mesinha lá pra nós. Eu fiquei por aí,
tive que estudar e tal. Foi um feriado mais ou menos né
E - você fala de ontem né?
S - Pois é, foi dia do servidor público,
fiquei em casa fazendo um trabalho. Dizer que eu não trabalhei é exagero.
E - um dia só é difícil, né?
S - Estava preparando uma aula que eu
tenho que dar amanhã aqui na prefeitura.
E - É?
S – E ainda tem gente que fala que
servidor público não trabalha. Fico puto. A gente tem um monte de vagabundo né
cara...
E – Muitos, né?
S - Tem muito vagabundo. Você acaba
trabalhando por dois.
E - você trabalha pelo que não trabalha.
S - Tinha que poder demitir cara. Tinha
que poder demitir. [...] Senta aí, cara.
E - Queria agradecer a disponibilidade
de horário. Sei, pelo tempo que fiquei ali, que é a maior correria aqui, cheio
de gente
S - Não, que isso cara. A gente acabou
marcando ontem né, mas não rolou.
E - É. A Rafaela (secretária) me ligou
falando. Eu estou fazendo um trabalho, sou aluno da FDV, sou do décimo período,
e é um trabalho que trata justamente desse papinho que a gente teve vindo pra
cá, sobre o funcionalismo público sob a ótica da sociologia, buscando o porquê
do funcionalismo público hoje em dia ser como é no Brasil. Como o senhor...
S - Senhor não, pô! (risos)
E – Desculpe-me, você. Como você já adiantou
o funcionário que não pode ser demitido e já tem uma garantia de emprego né, e
isso dificulta o próprio trabalho aqui, e creio que em uma secretaria de Gestão
Estratégica, aonde é quase que o coração assim da prefeitura, isso influencia
bastante. Acho que olhar pelo enfoque de vocês é interessante para ter uma
dimensão. Gostaria que você falasse um pouco disso.
S - Eu vou te dar minha opinião. Eu
estou no serviço público há pouco tempo, há dois anos. Eu sou servidor efetivo,
concursado e eu vim há três meses, eu vim pra cá, pra prefeitura, cedido. É
igual contrato de jogador de futebol. Meu passe pertence ao Governo do Estado,
e eu fui por empréstimo cedido à prefeitura à convite da Secretária Lenise, pra
compor este quadro, quadro técnico né. Quando eu assumia a secretaria, a
subsecretaria de gestão estratégica ela compõe um grupo de pessoas que tem
cargo comissionado, mas ela compõe um equipe técnica, que é o normal na maioria
das vezes, pra trabalhar com os demais funcionários da prefeitura que podem ser
efetivos ou não. No geral são e..., em geral são, tem muitos efetivos que podem
ocupar esses cargos comissionados, que podem exercer esse tipo de trabalho. Por
eu ter vindo da iniciativa privada, algumas coisas, como tudo na vida, eu acho,
tem seu lado bom e seu lado ruim, tudo. Lá na iniciativa privada tem muitas
coisas boas e ruins, e aqui também, muitas coisas boas e ruins. Aqui, falando
especificamente do trabalho no serviço público, que é o que a gente está
falando, muitas vezes o excesso de burocracia, não é a burocracia em si. Eu
acredito que o negócio é um negócio legal de um curso que eu fiz a pouco tempo.
A gente vê a burocracia como um termo ruim. A burocracia não é ruim, a
burocracia é bom. A burocracia é o que permite, é um conjunto de leis...
E – é uma forma de controle né.
S - É uma forma de controle do Estado. É
o que permite que você seja transparente e seguro pra dar satisfação pra
sociedade sobre o dinheiro que ela aplica. Mas qual o problema na minha
opinião? É o excesso dela, de
burocracia. É o excesso de burocracia que faz essa lentidão, essa coisa
que as pessoas vêm com grande descrença. Isso as vezes atrapalha até a gente
que quer fazer determinado trabalho. Por exemplo, a gente... você vai contratar
um serviço, a prefeitura vai contratar um serviço. Ela tem que fazer uma
licitação. Essa é a lei. Se, por acaso, a empresa que ganhar essa licitação, a
gente tem que contratar, mas e se essa empresa for ruim? Não cumprir o papel ao
qual foi contratada.
E – apesar de cumprir os requisitos
legais, você está suscetível a...
S - O número de exigências que a gente
tem que fazer pra cumprir, pra tirar essa empresa e botar uma outra é tão
grande e tão demorado, que muitas vezes você fica obrigado a assinar um termo
contratual, que se fosse um contrato privado, lá fora, você teria cortado e
acabou, corta essa porra e vão bora. E aqui não. A gente é obrigado a cumprir N
procedimentos, prazo de 30 dias, aguarda em determinado setor,
E – prazo para processo
administrativo...
S - abre um processo administrativo, a
empresa tem o direito de recorrer do processo, aí são mais 30 dias, e quando
você vê já se passaram três, quatro meses.
E – Aí até contratar outro né.
S - Aí você tem que abrir outra
licitação, até contratar outra, já se passou metade de um ano. Aí o cidadão que
está lá fora que tem o direito de cobrar, muitas vezes não entende isso, e
fala: o pessoal aqui na prefeitura está coçando o saco. Tem que batalhar pra
vencer o excesso de burocracia, o excesso de leis e que a gente tem que, eu
acho, tudo isso vai ser e pode ser melhorado quando for feito as reformas
políticas né, pelo Governo Federal, e assim por diante. Muita coisa pode ser
melhorada. Eu, particularmente, já sinto uma alguma melhora, tanto do governo
do Estado do Estado do Espírito Santo, como aqui na Prefeitura. O governo do
estado já começou a mais tempo, e aqui na prefeitura a gente está começando agora. Começou esse
ano, pelo que a gente chama de gestão pra resultado, a gente montar todo o
nosso planejamento estratégico com uma metodologia de gerenciamento de
projetos. E qual é objetivo disso? O objetivo disso é a gente ganhar agilidade,
identificando as dificuldades, identificando aonde estão as coisas erradas,
fazendo um controle e um acompanhamento de todos os processos com mais rigor,
sempre se buscando atingir metas. Essas metas são metas de prazo, são metas
financeiras, de reduzir custo, metas de prazo principalmente, e as metas
finais, que são chegar ao objetivo de atender ao cidadão.
E - você falou de burocracia. A parte
mais prejudicada é o próprio cidadão né, por essa lentidão às vezes... por mais
que a secretaria busca atuar de maneira
mais célere possível, ela esbarra na própria burocracia.
S - O grande prejudicado é o cidadão, é
óbvio, e acaba que nós mesmos, nós que somos servidores também. A gente
trabalha com muita gente boa, tem técnicos muito bons, profissionais muito bons
e a gente atualmente não consegue desenvolver determinado trabalho por conta
disso. Isso aí é bom Falar né, é Brasil, isso em qualquer prefeitura, em
qualquer Governo do Estado.
E – É a mesma estrutura pra qualquer
lugar do Brasil né
A estrutura é a mesma para todas do
Brasil. O que muda é pequenas leis mais localizadas, mas estão apresentando
sinais de melhor. Como eu falei, o Governo do Estado começou a um tempo um
trabalho, se eu não me engano há cinco anos, uma gestão por resultado, eles já
estão bem desenvolvidos, e estão inclusive ganhando prêmios aqui no Brasil por
conta disso, prêmios concorrendo com empresas privadas. Agora nesse ano de 2013
o Governo do Estado ficou em segundo lugar no concurso, onde só o Governo do
Estado concorreu como instituição pública, o resto era tudo empresa privada.
Isso já é um sinal bem bacana. E a gente está indo no mesmo caminho, A
prefeitura de vitória. A gente começou desde o início do ano uma mudança bem
radical aqui que foi a implementação desse sistema de gerenciamento de
projetos. Então não dá mais pra trabalhar dentro daquelas caixinhas isoladas.
Como assim: um exemplo: você tem a secretaria de saúde trabalhando no combate
ao crack, mas o crack ele se combate só com projeto de saúde? Não. Assistência
social, educação e assim por diante. Então, ao invés de ser como antigamente,
que a secretaria de saúde trabalhava sozinha no projeto. As vezes muito bom. A
secretaria de assistência social trabalhava sozinha em outro projeto, e assim
por diante. Agora a gente trabalha horizontalmente, é todo mundo junto. Existe
um programa de combate ao crack, que chama “aonde anda você?”, onde atuam
diversas pessoas, que podem ser da secretaria de saúde, educação, assistência
social, de gestão estratégica. Então, você une forças e acaba ganhando
velocidade, já que você poupa tempo dando volta pra cima e pra baixo.
E – porque não adianta nada às vezes uma
secretaria adotar uma política e as vezes outra que influencia diretamente
adotar uma política diversa né.
S – é, uma outra diferente. E a gente
agora trabalha junto de forma a interagir com gente de outras cidades, de
outros países até.
Momento em que uma pessoa para a reunião
de 9:30 chega à sala.
S - A gente está funcionando mais ou
menos assim agora, mais ou menos que eu digo que a gente está em um processo de
construção. Neste momento a gente está exatamente terminando de construir todos
os programas, terminando essas construções, elaborando os projetos com seus
cronogramas, os dados, e hoje, muitos deles já estão em execução, pra gente já
começar a apresentar resultados agora no final do ano para a sociedade.
E - É uma forma de tentar driblar um
pouco esta burocracia, adotando políticas mais integradas, visando dar mais
efetividade né?
S - Quando se diz driblar a burocracia,
até porque infelizmente esse excesso de burocracia é lei, driblar não seria de
repente o termo, é a gente tem que identificar os pontos, porque não é só a
burocracia. Eu seria irresponsável, eu acho, se eu culpasse só o excesso de
lei, de burocracia que causa a lentidão. Não é. Tem que identificar, e por esse
metodologia a gente consegue isso aonde estão os nossos gargalos, aonde estão
as falhas no processo que antes a gente não enxergava, talvez ou pelo excesso
de burocracia, ou por outros motivos, muita gente não enxergava. Uma lentidão
em um determinado processo, que passava duas vezes no mesmo setor, por exemplo.
Há necessidade de passar duas vezes pelo mesmo setor? Não, não há, então vamos
resolver essa parte...
E – menos uma etapa né.
S - menos uma etapa, vamos evitar ela. E
assim por diante, identificando todos esses gargalos que já existem,
identificando os riscos que no futuro podem surgir.
E - e você acha que o quadro de
servidores, relativo ao andamento dos processos, os servidores que não possuem
qualificação para ocupar tal cargo.
S - Eu acho que atrapalha. Talvez o
desafio maior não é só na questão da contratação, né, “ah, vamos contratar
sempre mais”, não é isso. Eu acho que em um primeiro momento o que a gente tem
que ver também é um trabalho no sentido de você avaliar cada pessoa pra tentar
obter o melhor dela. Existe uma coisa no serviço público de maneira geral, no
Brasil, que é o seguinte: as dificuldades de você punir um mal servidor e as
dificuldades de você beneficiar um servidor que tem um cargo muito bom. Foi o
exemplo que eu te dei, que às vezes um cara muito ruim, que você não pode
demitir porque não cabe. Mas em contrapartida, se você pega um funcionário,
assim, nota mil, você não tem como dar um aumento pra ele, você não pode
promover, porque isso é lei, ele vai continuar no mesmo posto. Essas São dificuldades
que a gente poderia, em um futuro, pensar em melhorar.
E – só pelo fato do servidor ter um
cargo comissionado não significa muita coisa né. Pode ser um servidor já
efetivado que produz menos que um comissionado, ou você acha que isso...
S - A diferença em ser efetivo e
comissionado, não acho que tenha muita diferença não. Porque você pode dar esse
mesmo cargo comissionado a um servidor efetivo. O ideal é que se busque nessas
pessoas, como eu estava falando, os perfis adequados, né, porque nem sempre, um
profissional... Você é de que área lá na FDV?
E - Faço direito.
S - Então, por exemplo, dentro da sua
faculdade, você tem várias áreas. Você tem direito tributário, criminal,
ambiental, ás vezes se você for entrar em determinada empresa e for “jogado” em
uma área que não é o seu perfil, você cuidar de direito de família quando na
sua vida inteira você é um especialista em direito tributário, você não vai
desenvolver bem, você não vai ficar satisfeito. O ideal é que você consiga
buscar nas pessoas o perfil adequado e tentar adequar àquilo que ela vai
atender melhor. A gente tem conseguido isso aqui com algum sucesso. É claro que
nem sempre é possível fazer, mas na medida do possível a gente está conseguindo
fazer, com planejamento, com o objetivo de dar mais eficiência, e também sem
perder o foco que é o objetivo do governo de redução, o governo de Luciano
Rezende, de redução desses cargos comissionados, a gente teve uma queda de
receita muito forte, e a gente infelizmente tem que andar de acordo com a
realidade econômica do país, a gente sabe. O dinheiro está curto, a receita
caiu muito, e a gente tem que se adequar a isso como qualquer empresa, não é
porque é a prefeitura. Se fosse uma empresa privada a gente teria que andar na
linha do mesmo jeito, não é? Na prefeitura é assim também. A gente sabe que
temos responsabilidade.
E – Bom, acho que era isso que eu vim
aqui pra conversar. Sei que você está atrasado para a outra reunião
S – não, estamos esperando mais uma
pessoa.
E – não, era mais isso mesmo que eu
queria tratar, a questão de eficiência, da burocracia de cargos, de servidores
também, e eu saio daqui com uma boa impressão, creio que é esse mesmo o
objetivo, eu acho, de se adequar à realidade e não existe mais espaço para
amadorismo, tem que ter profissionalismo e eu vejo que...
S – É, tem que ser profissional. Essa
conversa que eu estou tendo com você, na verdade é uma conversa que eu tenho
com muita gente. Teve uma vez cara, que eu tava no carnaval com meus amigos.
Amigo meu piloto da TAM e dois colegas dele, pilotos também, todo mundo junto,
estávamos lá no RJ. E os caras danaram de falar mal de funcionário público. Eu
comecei a ir ficando puto, puto, puto. Mas o que eu sinto, o que acontece,
falta de conhecimento dos caras, falta de conhecimento de como funcionam as
coisas, como é dividido no nosso país os três poderes, e aí muitas vezes por
conta da má fama de um político que é um cara no judiciário que ganha 20 mil
reais, que eles acham que todo servidor público ganha isso. Não é assim. No executivo
os salários não são assim. Esses salários altos é no executivo e no judiciário.
Perdão, no legislativo e no judiciário. É essa turma que ganha 29, 20, 19 mil
reais. Aqui no executivo não é assim. Professor não ganha assim, polícia não
ganha assim, bombeiro não ganha assim, salva-vidas não ganha assim, que é o
maior número de funcionários é esse. O poder executivo é muito maior que todos
os outros.
E - a pessoa já tem uma ideia daquele
servidor público, uma cultura daquele servidor que não gosta de trabalhar, que
é preguiçoso, sempre em um ambiente altamente burocrático que não atende bem as
pessoas, e acho que não é bem assim, hoje em dia a tendência...
S – Sinceramente, eu acho que está
mudando pra melhor, sem sacanagem. Está mudando lentamente, não tem jeito.
Infelizmente muda devagar, não tem como ser tão rápido, mas eu acho que está
mudando pra melhor. Esses concursos públicos que estão tendo por aí estão
ficando cada vez mais profissionais, porque o que que acontece: antes qualquer
um fazia um concurso. Olha um concurso aí pra... Não precisa ser pra juiz, pra
um cargo qualquer. Você tem um concurso de nível médio. O que tem de advogado
formado fazendo concurso de nível médio é imenso, então você está se
especializando. É sempre bom você estar colocando pra dentro pessoas que são
especialistas. Ainda tem que melhorar este lado que eu te falei, realmente uma
forma de você valorizar os bons profissionais. Senão o que acontece. O pessoal
vai especializando, e vem a iniciativa privada e tum, leva embora. Se a gente
quer, digo a prefeitura, o Governo do Estado, se a gente quer o mesmo
desempenho de uma empresa privada, beleza, eu acho legal. Então você tem que
jogar com a mesma regra, a mesma regra do jogo. Não adianta, no caso dos meus
amigos pilotos que a gente estava falando mal da Infraero, que é uma empresa
federal, que cuida da infraestrutura dos aeroportos. Não dá pra reformar a
Infraero. É muito fácil. Eu falo sempre isso. Agora que eu estou do lado de
dentro do balcão, é mais fácil eu fazer concurso. É muito fácil eu ir pro
aeroporto de Vitória, do Rio de Janeiro, que são uma bosta todos eles, e falar:
“ah, isso aqui é um lixo”. quanto tempo tem que a Infraero não tem um concurso
público? Para botar profissionais qualificados lá dentro. Tem muito tempo. Olha
o orçamento dos caras da Infraero. Eles não tem dinheiro pra nada. Você vai em
muita empresa aí, pública, muitas vezes eles passam um aperto de não tem
dinheiro pra comprar papel higiênico. Como que você consegue um profissional
bom? O cara vai embora, vai embora. Então você tem que ter um olhar crítico e
ver toda a situação. Vamos avaliar como uma empresa? Vamos, vamos avaliar por
dentro e por fora. Para um desempenho bom ela tem que ter recurso financeiro,
recursos humanos, e tudo otimizado. Claro, não é colocar um monte de
funcionários pra dentro pra ficar coçando. Se o funcionário não está bem, manda
mal, não quer trabalhar, deve existir mecanismos para mandar embora. Alguns
mecanismos já existem. Eu ainda, como eu te falei, sou servidor há dois anos,
pelo Governo do Estado. Eu tenho que cumprir o chamado estágio probatório por
três anos, onde eu só vou alcançar minha estabilidade depois de três anos como
servidor, porque eu não sou estável. Eu sou avaliado semestralmente e se eu não
tiver uma boa nota posso ser demitido, e isso é importante. Eu acho que tem que
ser assim mesmo. Para o cara que falta, para o médico que falta o plantão, tem
que ter esse tipo de coisa. E aí as coisas começam a funcionar.
E - é uma mudança gradativa né, não se
pode mudar da noite pro dia.
S - Da noite pro dia não vai mudar. Você
tem que mudar muita coisa, como lei. Isso não se muda da noite pro dia. Mas eu
confesso que vejo uma esperança. As coisas então melhorando. Aqui na Prefeitura
quando eu vim pra cá a três meses atrás eu vi muita gente boa. Encontrei muito
técnico fera que trabalharia em qualquer empresa privada. Claro que tem muita
gente ruim, mas aí com o tempo essa turma é mandada embora. Está melhorando,
está melhorando. Tenho a impressão de que a gente vai deixar um bom trabalho
quando a gente sair daqui.
Momento em que a Secretária envia uma
mensagem para o subsecretário. Áudio interrompido.
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